1º ATO -
JUBILO AO TARTARO
BERENICE
(17) coisa fina. Era assim que os moçolhos a conhecia.
Não, não
era por seus trajes finos e muito menos por um detalhe físico.
Nos
corredores da escola era seu nome quem dava menção aos distraídos, sem noção e
cheios de anedotas, uns bobocas. Era assim que ela os referia. Seu semblante
soava como um afresco contornada ao dedo.
EXTERIOR. -
EM FRENTE A ESCOLA - DIA
São Paulo,
tarde de Novembro. Primavera e clima ameno. Já passava das 16h e ROMEU
(19) a quem sem mérito algum se entregou a faz esperar sozinha em más
companhia. Não que ela não gostasse dos seus amigos de classe, mas dado sinal
da última aula, pra ela já era demais permanecer no mesmo lugar que eles.
ROMEU
Quem tu esperas tão aflitas
moça bonita?
Berenice
assusta-se com a aparição.
ROMEU
Estas assustada meu limãozinho?
BERENICE
Já disse que não gosto que me
chames
assim. Tu conheces muito bem minha
fama, portanto não venha se
comportar
como um aprendiz.
ROMEU
Calma lá minha cheirosa,
vamos sair daqui.
BERENICE
Até que enfim!
Os outros ao ver tal apego,
começam a sorrir, mas desconhecem
que a jovem a seguir com o mancebo
não se permitia corrompe-la.
ROMEU
E então, podemos ir pra minha
casa, sim ou não?
BERENICE
Você é mesmo bobo. Não sabes que
sozinha contigo
só trilho em companhia
de multidões.
ROMEU
Ah, para com isso doce delicado
de extremo
prazer que todo confeiteiro
da cidade ansiou ter feito.
Risos de
alegria estava a face da menina.
BERENICE
Olha ali, uma sorveteria!
ROMEU
Ah não meu amor,
sorvete agora não!
BERENICE
Mas porque se nem chegou a noite
fria e a tarde nos seus jardins
inspira o cheiro doce
exalado pelas
flores e eu já decidi! Será de chocolate
que iremos tomar. Pronto!
ROMEU
Tudo bem o que não faço por ti?
Olhando em seus olhos imagino como seria
se um dia não tivesse parado
ao teu lado para e te perguntado:
onde fica a secretária? Lembra?
foi neste dia que nos conhecemos.
Na escola meu primeiro dia.
BERENICE
Como me
esqueceria se fui despertada
pelo tom de sua voz e confesso, senti um
calafrio.
ROMEU
Bere minha deusa, posso te fazer
uma pergunta?
BERENICE
Pergunta? Desembucha!
ROMEU
Você quer mesmo ir até
a sorveteria?
BERENICE
Claro que sim!
INTERIOR –
QUARTO – FINDODIA
Os moços na
estrada ao ver o teor do cálice, sobejam a rir, pois o deleite em satisfazer
seus desejos os assenhoriam.
EXTERIOR –
BANHEIRO (ESPELHO) - OUTRO DIA
A moça
vendo a face refletida, pensa o que vai fazer depois da desgraça.
PqP!
Permiti-me ser violada!
PAUSA
Sandra Freitas
São Paulo, 28 de Novembro de 2012
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