São Paulo, Dezembro de 2012
Interior . Quarto . Noite
Lá estava ele, Tristão (33 anos) pensando em A Solta (30
anos). Não sabia ao certo como seria o encontro no dia seguinte, mas que iria
dar um basta nesta história, ah, isso iria.
Tristão virava-se de um lado a outro na cama numa noite
úmida, lá fora o mundo caia em chuva.
Exterior. Praça. Dia
A
Solta: Nossa
como você demorou? Já estava de partida.
Ele a olha inexpressivo lembrando-se das vezes que ela
nem aparecia.
Tristão:
Foi
o trânsito que me segurou, desculpe.
A Solta:
Você
sabe muito bem que não gosto de ficar parada esperando.
Da boca de Tristão quase saiu sem se permissar...”Só os
outros que podem né?” Mas disse:
Tristão:
E
quem gosta?
Silêncio no ar, ela com cara de indignadíssima fala:
A Solta:
Pois
bem o que você quer falar comigo? Tenho muito que fazer hoje.
Tristão:: Não
vai perguntar como estou e como passei esses dias?
Ela olha no relógio e admirada com a resposta óbvia que
ele daria diz: Tudo bem contigo?
Tristão olhando a beleza daquela mulher , sente saudades
dos momentos no quarto em sua casa
sozinhos. Sentiu desejo de agarrar,
abraçar aquela menina, pois o efeito que ela nele exercia ainda
sacudia.
Tristão:
Não,
não passei bem. Esquece que me traiu com quem dizia ser meu melhor amigo. Não
se lembra, sua cretina?
A Solta:
Veja
bem como você me trata! Toda indignada.
Ele pegando-a com força pelo braço a traz para si e como
um homem com a imagem e moral em manchas diz:
Tristão:
Você
é mesmo uma vadia! Sua ordinária, salafraria! Nem sei o que vim fazer aqui?
A Solta:
Só
vim porque você insistiu. Se quiser me fazer um ultimo agrado, podemos ir
embora. Tristão: Sei que é isso o que você quer, sua desavergonhada! Mas vai ouvir tudo o que
tenho a te dizer e o quanto tenho padecido.
A Solta, moça formosa de se ver. Pernas grossas, seios
de um bebê, Sorriso amplo, cabelos pretos longos na cintura emolduravam toda
essa formosura, fazia cara de desentendida e inquietação, pois para ela ele era
apenas mais um bobão que caiu em sua rede, mas acabara o tesão..
A Solta:
Estou
aqui diga!
Tristão:
Você
era por mim amada, sua desgraçada (quase chorando) porque fez isso comigo?
Ela faz cara de risada naquela manhã de dia quente na
praça (12:00- Brasilia).
Tristão:
Porque
você saiu com outro? Ou melhor dizendo, meu amigo? Sua desinchabida! Queria se
ver livre de mim? Era só me dizer que
dai eu deixava seu caminho. Agora lá na empresa
sou conhecido como “O corno, o mais novo” e todos as escondidas zombam
de mim. Sua safada!
A Solta:
(parecia
que tinha um sorriso no canto da boca) Me respeite senão te deixo aqui sozinho.
Tristão:
Todos
ficam a me zombar e pra ajudar ouvi uns comentários que a fila crescia e você
sua cretina a senha a entregar. Como fez isso comigo, saindo não só com o CANASTRÃO
meu amigo mas também se entregando ao
INFELIZ o contador, ao Sr. DECEPÇÃO meu patrão e até ao POBRÃO o
motorista? Você é uma perdida, estou com vontade de te esganar.
Ela se aproxima e lança lhe um olhar sabendo que iria o fazer parar de
esbravejar como um típico corno ele fica
manso. E então ela diz:
A Solta:
Não
queria que fosse assim, não premeditei nada, mas aconteceu oras! E tenho
certeza que você só ficou sabendo por que o
Infeliz tirou aquela fotos. Já disse tudo o que queria?
Tristão:
Claro
que não, sua boa bisca!
A Solta:
Se
eu te pedisse perdão me darias? Afinal foram bons os momentos que passamos não?
Tristão:
O
que me mata é que a flamula do desejo ainda corre em minhas veias. Te vendo
agora não sei pensar em outra coisa senão acariciar teu corpo inteiro e te
encher de beijos.
Ela tocando em sua coxa, pois sentados estavam dá um
beijo em sua boca.
Pequena
conclusão: O homem mente, mata,
trapaça, apronta horrores empunhando o escudo de uma condição obtida (Eva
entrega o fruto a Adão). Mas quando
preso pelo desejo deixa claro que somos todos iguais, uma bela porcaria.
O sexo no motel no outro lado da praça aconteceu mais
uma vez naquele dia. Deixando ela no ponto de ônibus, pois ela assim insistia, Tristão
sai e fica escondido vendo sua partida numa
esquina.
Ela falando ao celular, acena para um homem na moto .
Tristão vendo a cara do fulano ao tirar o capacete não acredita. Era o IIDIOTA,
mais um, o seu irmão.
Fim.
Sandra
Frietha
São
Paulo, 25 de Dezembro de 2012.
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