O acesso às catracas vem através da escadaria em
forma caracol, que em zigue - zague constante, pessoas de variadas crenças vão
tomando seu lugar.
Na marca gravada na face, há o desejo de uma
conquista incerta. O sono e o cansaço insistem num duelo. Alguns correm, tentam
alcançar a composição que acaba de chegar. Mas do alto falante a tentativa é
frustrada com o anuncio de sua partida. Sexta-feira, 17/10/2014. Oito horas da
manhã. 22º. O sol dá pistas da companhia que teremos em mais um dia. A viagem é
tranquila tem sido tranquila nesse horário. Costumo ir para o trabalho
decentemente por essas bandas da linha 12 - Safira. Sem apertos e a famigerada
e incomoda super lotação. Nos carros do trem há o beneficio do ar condicionado.
Um placebo que ameniza o tempo seco, já a seca que teremos pela frente, não
sei. Seguindo viagem, vejo a rodovia Airton Senna, que daqui dá impressão de um
fluxo normal. Vegetação e descaso acompanham minha viagem, destino antiga
estação Roosevelt, já há alguns anos deixado de usar esse nome para o mais
adequado, Brás. Na estação Usp-Leste, vejo o prédio universitário em uso, porém
desgovernado (não entendo como esse cara ganhou de lavada!) Por aqui a viagem
segue normal. Não ocorreu a morosidade habitual. Vez ou outra, sou fisgada por
conversas paralelas. Hoje me distrai com um trecho do papo de dois caras.
- é sério! Ele disse que foi abduzido!
Ambos dão risada e o cara continua:
- ele me chega com um corte na testa e vem com essa
de abduzido (mais risos). Fui logo dizendo pra ele: eu que uso os bagulhos e
você quem viaja? E os dois caras caem na gargalhadas sobre as peripécias do
(outro) amigo atrapalhado (risos).
O maquinista anuncia: "Tatuapé", next
estation. Desço na próxima. Mais um dia de luta. Toda época tem seu mal. E qual
mente de um infante, vou aforra com o que nunca se viu antes, retratando sonhos
que para alguns, inimaginável, pendurados num esquadro racional.
*a maior parte das minhas poesias e textos, são
criados durante esse percurso.
Comentário postado no site Recanto das Letras
ResponderExcluir17/10/2014 20:58 - Ene Ribeiro
"Toda época tem seu mal". Gostei de te ler. O meu abraço,,