O tempo é esquisito. Nem sempre amigo. Muitas vezes incrédulo. Possesso. Um porre quando se tem pressa. O nascer pede
uma direção, ociosa extensão preparatória da morte..., unica conclusão. Gosto
de sorrir, sempre. Dançar ainda mais. -
Vem comigo. Já não tenho dito. Paciência, é o que o tempo me exige. Prostrada
imploro misericórdia. Quem sabe uma voz amiga sorrindo venha
me acudir. Só por mais um pouco
de tempo aguarde por mim, disse o tempo. Tempo que não tenho. Será que ele não
entende? Tempo que desconheço o enredo e tenho medo. Tempo esse, que faz
pouco de meu desassossego. Abusa com violência me paralisando da ânsia que tenho em seguir. Tentei reagir, mas impedida fui em dar mais
um passo. Dizem que se deve olhar o lado
bom em tudo o que se passa, faz parte da vida a tragédia e as peripécias que
erroneamente calculamos sabias descobertas
para sair do vexame de uma existência
sem sentido. Fiz isso, olhei em
volta, e sem completar a volta, me peguei observando uma cadeirante
inconformada pelo descaso num elevador de um ônibus que não funcionava. A
principio me confortou a imagem diante meu estado, mas quer saber , não importa
o estado, seja bruto ou mudo. O homem não nasceu pra vislumbrar a natureza e se
aquietar.
Escrito dia 03/06/2014
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