- Deixa de besteira!
Soou um tanto tosco, mas ela não esperava revê-lo tão cedo.
- Entra logo!
Duas semanas se passaram e ela se amargurava de estar em casa naquela hora.
O dia estava nublado. Claro que o clima entre eles não era diferente. O copo de limonada trepidava, confirmando o quão nervosa ela estava.
- Vem! Só encostar a porta. Desculpe a bagunça. Morar sozinha sabe como é? E ainda com toda minha organização (saiu um sorriso sem jeito. Melhor seria ter mantido a primeira expressão ).
- Deixa eu tirar essas tralhas do sofá pra você poder sentar.
O sentimento disperso a caminho da sala, trazia o disfarce sobre qual assunto iriam que tratar.
O quarto, em esquadro, antes vivências de desejo. Jan recordou assim que passaram por ele.
O que você disse? Perguntou a ela. Os olhares são fisgados.
- deixa pra lá!
Sentaram. No sofá, ele disfarçou a intenção, não resistindo, pega em sua na mão, em seguida seu queixo e recomeça o que para ela era pura blasfêmia:
- eu juro! não foi nada daquilo! Acredite em mim. Eu juro!
Ela de apática e impaciente desprende-se dele exalando ódio em desespero.
- Pare com isso!
Estava certa, se aceitasse aquela situação, um circulo vicioso de mentiras entornaria o resto de mágoa do que parecia uma pacifica trégua de uma história inacabada.
- Vai embora! Pra quê continuar? Pra mim a palavra é uma só! Sim. Sim. Não. Não. E aponta a porta.
(Em berros) - Sai! Sai daqui!
Submisso, já que não havia saída. Um sem juízo. Jogador por natureza, latejando em desejos, vendo-se desarmado e sem argumentos, forçado em desviar o olhar dela, cabisbaixo, deixa a sala.
O silêncio faz senhor do momento.
- Droga! O que ele pensa que eu sou, querendo que eu engula uma história dessas? Ele trepou com ela e me diz que não. Como não? Saio do elevador e tem uma garota deixando seu apartamento. Até ai a mentira não seria surpresa. Passaria desapercebido. Diria que era excesso de imaginação. De uma pobre mente enciumada, a beira da decomposição. Mas eu ir ao banheiro e achar uma calcinha , e ainda vem me dizer que, não!
Sentada, questionava o nada.
- Merda! Merda! Merda! Mil vezes merda! Pô Jan, que droga! Você tinha que mentir assim pra mim?
(fechando o armarinho do banheiro) - Saudade enorme eu tõ dessa sua boca...
(olhando no espelho) - Não! Corpo infeliz, cale a boca!
Fim.
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