Raspando na
penumbra
Oligário!
Oligário!
Berra com voz arfante dona Deucléciana irritada com a lida e ainda mais por não ser atendida.
Oligário!
Berra com voz arfante dona Deucléciana irritada com a lida e ainda mais por não ser atendida.
Oligário!
Do portão da casa era o que a vizinhança ouvia.
Será
que ele não esta? A casa esta vazia? Perguntava-se a mulher aflita.
Dona
Deucléciana vez ou outra fazia hora extra na casa desse desenxabido (se é que
me entende- muito sexo de quatro a portas trancada), que
vivia a custa do governo em pleno os trinta. Pode isso?
Não
queria mais se entregar a esse trolha, mas na cama longe dos malditos ele a
satisfazia.
Também
se questionava, não podia exigir muito, pois já não era mais uma menina , muito
menos a expressão “balzaquiana” havia
muito era impedida de ser chamada.
Oligário!
Oligário!
Oligário
- Droga! Essa mulher não pára de me chamar!
Quem
é essa ai que esta em histeria? Dizia Aninha, mocinha regateira, fogueta que ao
ver um homem lhe cantando, se lança aos braços de tais patifes independente se
boa ou má companhia.
Ele
responde a Aninha faceira.
Oligário
– Essa ai é a senhora que faz a faxina.
Aninha - Porque não sai e vai logo atende-la?
Oligário
– Deixa disso menina, que ela volte outra hora! Imagina, eu aqui com essa flor
de orquidea, me deliciando em seus seios pontiagudos com formato de lua cheia,
louco pra te conhecer por inteira vou sair para atende-la? Essa velha esclerosada,
varicosa que saia da minha porta, pois hoje não quero vê-la!
Ele sente um nó na garganta e uma dor no peito
ao pronunciar tal desprezo. Dona Deucléciana nunca saberá, mas ele morre de amor por ela. Maldita! Ele dizia, que todas as noites dormia em seu peito.
Oligário!
Oligário!
Sandra Freitas
São Paulo, 18 de
Dezembro de 2012.
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