Latin boys
Carmita, arriba! Vamote!
Era o que ficava a dizer.
Parecia misteriosa, mas a mulher é o que o homem gosta.
No salão sob luzes neon e o mau cheiro de lembranças frívolas
eles dançavam a melodia cantada num
bolero que a deprimida.
Esta noite te quero bem quente, salsa e equivalentes.
O vestido vermelho fazia enaltecer os seios e o pobre rapaz cheio
de desejo e anseios perdidos pelas más companhia a devorava com os olhos em seu
desespero.
Ele com força a abraça pela cintura e a faz descer até seu
joelho.
Ela sabe o que ele quer, por isso faz pouco caso com sua expressão de mulher.
Não! Olhe sua conduta, diz
ao jovem que só pensava em devora-la por inteiro.
Consuelo, sussurra no
ouvido de sua companheira.
Como Consuelo? Estas aqui
comigo e vem me falar de outra rapariga?
Você entendeu errado. Sou
mesmo um salafrário. Se quiser pode partir.
Ontem quem dizia eu ser o
amor de sua vida me deixou e partiu em retirada com um homem rico.
Carmita, perdoe-me, nesta hora
de fato te desejo. Você é linda com um corpo que faz dilatar os nervos. Não
quero que se sinta mais uma em minha vida, preenchendo minha cama vazia, mas quero que saiba que o homem
quando ama e ganha sobre a cabeça uma coroa pontuda, acredita que todas as
mulheres são putas, desejando do “falo” apenas o dinheiro.
Apertando a nádega carnuda
a leva ao banheiro.
Carmita sem negar o tal
convite e com uma cara de estranheza o
permite a conhece-la, sentindo seu cheiro de macho sofrido que para
muitos um corno desiludido.
Arriba! Carmita. Vamote!
Sandra Freitas
São Paulo, 17 de Dezembro de 2012.
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