"Entre
os dias 14 a 20/01
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esse
conto angariou a 19ª posição
entre os 100 contos eróticos
mais lidos"
Ele me pegou de jeito, sem frescura. Respeito? Ah! Nenhum. Foi
com gosto. Pensava Marisa a caminho de casa. Negar? Como eu poderia?
Se momentos antes, tirava-me
em meias palavras satisfação um de seus prováveis casos. Venci a parada, não
por ser a melhor,
ou estar preparada para o embate que no tardar de uma noite regaça a muita bebedeira, conversas alheias e sorrisos
em torno de uma mesa de bar, aconteceria. Venci, porque ele queria estar
comigo.
O elevador , como um cúmplice, não demorou. Nos passos, não havia urgência. A famigerada pressa, ânsia de amantes, que não veem a hora
de se engolirem, não existia. Estranha era a sensação, mas foi assim que
aconteceu . Com ações de um ato tão
formal, que quem via a cena, nunca imaginaria do que logo mais sucederia. Certo
era que aquelas duas almas
perdidas, em tantas noites sozinhas, vezes
até em companhias de tantos outros que vagam pela noite fria, sabiam
que, naquela noite seria diferente.
A porta do apartamento é aberta, ele da passagem para que ela entre.
O ar é nostálgico, lembranças de momentos de tesão, sorrisos, a enche de expectativa. Não havia música, nem harmonia, inspiração de todo artista. Incomodados e já
de pés descalços ficariam se alguém
esperasse silêncio naquele recinto.
Na cama ele me joga.
Começa a me beijar. Me beijava,
beijava... O ato inexistente de preliminares. Não era amor, - mas que porra! O
que seria isso? Não acreditava, pois sem
ao menos penetra-la, estava próxima ao orgasmo. O vestido foi questão de
segundos para se livrar. Sorria pra mim, tinha prazer da minha companhia, notei
enquanto numa sede voraz, com a língua nos meus seios, me lambuzava de saliva.
E eu pedindo mais, mais... Do tesão era
questão de segundos em fazer emergir toda a porra dentro da quente e sedenta
boca da mal criada menina Marisa, assim ele se referia.
Um fato. Estava na cara.
Não fazia de mim uma companhia apenas
para esvaziar o saco que cheio de porra
muitos dos escrotos querem se livrar.
Naquela noite o sexo avido, havia os deixado em frangalhos. O
vai e vem constante, da cabeça aos pés, feitos dois meliantes, barbarizou os
vizinhos que próximo a parede a cama
além de seu ranger, batia numa força descomunal, satisfazendo a ânsia dos pobres mortais.
Ele pedia mais. Ela em posições casuais, satisfazia a sede do
rapaz, que a queria como nunca. Com o
que nele há de mais puro, duro, roçava-a entre as pernas, até ela não mais
poder se conter e berrar: te quero ver entrar aqui, entre minhas pernas! A busca
compulsiva pelo gozo, dava margem agora a posições diferentes de antes. O que
era um ato de extremo carinho, tornara-se uma guerrilha. A boca lambuzada,
sedenta e ingênua clamava para que não se afastasse. Ele que não era bobo a
sufocava. Momentos de delicias
terminariam com o membro desfalecendo e por certo ereto explodindo dentro da
vagina. Num ato de gratidão, findada a putaria. Os esporrados e saciados
amantes, dão gargalhadas pela diversão.
Cansados, na cama, se jogam. Cada um para um canto mantendo é claro, as
pernas entrelaçadas, afinal, o desejo era carnal. Se entregam ao sono, para quem sabe, logo mais, numa nova session de orgia a la Ne
Me Quitte Pas, debocharem de toda safadeza que no corpo a mente produza.
Sexo: ato necessário. Traz alegria. Ilumina a cara pálida e sofrida. Faz do mais carrancudo, ao ver seu vizinho, lhe desejar: bom dia! Trepemos!
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Comentário postado no site Recanto das Letras
ResponderExcluir17/01/2014 16:27 - Paulo Be
Muito bem escrito com detalhes que deixam o texto ainda mais sensual. Parabéns!
ResponderExcluir09/02/2014 18:40 - Marx Poeta
"Não era ammor", era mesmo uma bela trepada Gostei muito!!!